Descolorido
Seca, sede, fome e morte
pintam as telas do sertão
Vidas que se descolorem
Vidas que se descolorem
e aquebrantam o coração
É o preto e branco gritando
clamando por atenção
pro verde que virou cinzas
pro verde que virou cinzas
por falta de compaixão
Águas que jorram dos olhos
mas não servem para beber
São só lamentos e tristezas
São só lamentos e tristezas
por falta do que comer
E o mormaço no céu fosco
sem vontade de chover
Contrasta um futuro tosco
que o sertanejo irá ter
E na terra pobre e seca
donde não germina o pão
A morte consome a fome
A morte consome a fome
por não ter outra opção



Rio sem leito
Sou como um rio sem leito,
árido, deserto e estreito.
Tenho um coração rachado,
que ainda apaixonado,
teima em bater em meu peito.
Vivo meus dias sem luz
e a noite é que em mim traduz
um amor que fora desfeito
Sou como um rio sem leito,
árido, deserto e estreito.
Tenho um coração rachado,
que ainda apaixonado,
teima em bater em meu peito.
Vivo meus dias sem luz
e a noite é que em mim traduz
um amor que fora desfeito
Sem amor a vida me exclui
Só a dor agora me conduz
por caminhos imperfeitos
Sou um cego sem ter a luz
Sou um rio que não produz
sem água e nenhum proveito.
Sou um rio que não produz
sem água e nenhum proveito.

06/02/2013 09:27 - ania
Bendita sensibilidade que faz vc versar tão lindamente...meus sinceros parabéns! abraços...

Quando Morri
No dia em que morri
Ninguém me visitouNinguém viu o que sofri
Tampouco o que restou
Ninguém me fez sorrir
Nem me levou uma florQueria me despedi
O tempo não esperou
Por quase desisti
O corpo não deixouE eu tive que partir
Carente e sem amor
E agora estou aqui
Sem saber pr'onde vouPerdido e infeliz
Não sei onde estou
Só sei que por um trizMeu mundo acabou
Lembro quando
morri
Eu só ouvi o silêncioEu só vi tudo cinzento
Não deu para me sentir
Vi-te bem mais distante
Longe do meu caminhoSenti-me mais sozinho
Senti o mundo flutuante
Senti o sangue sumir
Minha carne enrijecerAssim fiquei à mercê
De tudo que eu não quis
Eu vi tudo escurecer
Eu vi o ar se evadirVi uma cova se abrir
Eu vi um corpo descer
Outro, em luz, vi subirLembro a paz que senti...
Retornei!
Para o lugar de onde vimE aqui jamais quererei
Ter novamente esse fim

Magnifico
seu paema aplausossssss mundial pelo seu talento. No dia que morri,será
que expirei, dormi e acordei e estou lendo esse jogo de palavras
brilhante, pois vivi. Boa noite. Vc escreve com a alma.

24/01/2013 22:56 - dinapoetisadapaz
Olá
Beto, gostei de ler seu reflexivo poema, uma composição de tema
polêmico expressando verdades dobre o inevitável fado. Vc escreve com a
alma. Grata pela leitura, sua visita alegrou meu coração! Bjss!

Beto, aplausos!! Se todos tivessem a consciência que a vida é uma passagem e qualquer momento vamos fazer essa viagem tão bem escrito por você, seriamos seres melhores.Meu abraço!!

24/01/2013 19:44 - Joel Matos
eu
viuma loba ou loboestava escuromas eu vie vim aquidizer o que sentifoi
por um trizque eu vie retornarei aquiquando a ver outra vez(obrigado)
23/01/2013 16:01 - be strong
Muito lindo seu poema...dá até pra senti-lo!

23/01/2013 10:48 - jcoelho
Parabéns, belo poema, um forte abraço. e Deus te abençoe.

Comentário de Paulo Cesar Ribeiro(popou) em 15 agosto 2012 às 12:59- Excluir comentário
Belíssima sacada Poeta, Parabens,gostei do texto!!! abçs e bt.
-
Comentário de SELDA KALIL em 15 agosto 2012 às 12:01 -
Voltar para dentro de si , gritar e externar a dor dos segredos guardados em silêncio é expulsar a agonia de sentimentos fantasmagóricos ...
É vômito que derrama-se em palavras vivas e que cura... É desprender os calcanhares do chão do passado, enxergar o horizonte e poder alçar vôo em busca de um agora limpo, livre e feliz... É poder bailar no ar seguindo a coreografia dos seus sonhos, desprezando os retrovisores e perseguindo incansavelmente o futuro.

25/01/2013 01:25 - Shimon Goldwyn
Excelente nota meu amigo poeta.sabes das Coisas e o fazes!

24/01/2013 20:59 - Fátima Peixoto
...desprezando os retrovisores e perseguindo, incansavelmente, o futuro.Querendo ou não o futuro nos arasta. Um grande abraço!!

É o fim
Parti!
No dia em que o sol quis brilhar, sumi...
E a vida ficou com a razão, eu vi.
Tudo não passou de uma ilusão.
É o fim!
No dia em que o sol quis brilhar, sumi...
E a vida ficou com a razão, eu vi.
Tudo não passou de uma ilusão.
É o fim!
Minha vida perdeu a direção...
_________________________________________
_________________________________________
Acorrentados
Cativos ao amor sem serem escravos
Mas expostos aos açoites da paixão
Aos trancos e barrancos caminhando
Fundindo as emoções com a razão.
Estarem presos mesmo que por vontade
Não conduz ninguém a escravidão
Mesmo sós não lhes sentirão sozinhos
E jamais provarão da solidão.
Almas que evoluem entrelaçadas
Compartilham a dor em comunhão
Quase nada lhes fazem separadas
Dependem-se sem o uso da servidão.
Completam-se num plano ascendente
Mutuam o carinho e a gratidão
Pro perpétuo estarão acorrentadas
Em outras vidas também se encontrarão.
.
.
Palavras
Palavras
são força e vida;
Palavras
são como água,
saciam
a sede da alma,
encantam,
acalmam...
São
como setas
que
injetam mágoas...
Palavras
são como pedras.
Palavras
são forca e morte
são
como cortes, que sangram.
Palavras
marcam, são como nódoas.
Palavras
provocam máculas.
São
como flores,
nutrem
os amores,
trazem
o consolo,
soam em
carinho.
Palavras
motivam as dores.
Palavras
são como espinhos,
ferem,
machucam, maltratam;
Põem
uma vida em dasalinho...
Têm
instantes em que as palavras
Significam
o nada
Silêncio
por muitas vezes
Vale
mais que mil palavras.
Oito ou Oitenta
Sou o tudo
ou sou o nada
Sou o que esfria
Sou o que esquenta
Sou o gelo
Sou a pimenta
Sou a calma
Sou a tormenta
Não sou meio
Não sou morno
Sou a geleira
ou sou o forno
Sou a água
Sou a lenha
Sou o fogo
na vestimenta
Sou o muito
ou sou o pouco
Eu sou oito
ou sou oitenta


Oito ou Oitenta
Sou o tudo
ou sou o nada
Sou o que esfria
Sou o que esquenta
Sou o gelo
Sou a pimenta
Sou a calma
Sou a tormenta
Não sou meio
Não sou morno
Sou a geleira
ou sou o forno
Sou a água
Sou a lenha
Sou o fogo
na vestimenta
Sou o muito
ou sou o pouco
Eu sou oito
ou sou oitenta

26/01/2013 20:38 - Nativa
Excelentes
teus versos. Visitei teu blog... Bons, muito bons teus poemas, só achei
a página sombria. Gosto de muita LUZ. Abraço poeta.

26/01/2013 20:37 - Biritinguense
Obrigada
pela visita. oito ou oitenta é que vc é, verdadeiro, hospitaleiro, ou
forasteiro, não um grande brasileiro. Deus te abençoe e seja feliz.

26/01/2013 17:21 - Gislaine A B T Lima
gostei da criatividade e da composição, é sonoro e muito inteligente! bjin

21/01/2013 19:10 - Eliane Pereira
Fantástica a sua poesia, nada mais que a realidade, o tema hipocrisia é algo tão comentado e tão comum, que as pessoas nem percebem. A falsidade e o egoísmo conquistou o mundo. Enquanto existem milhões de pessoas sem condições decentes para viver, nos preocupamos com "o sapato que vamos usar amanhã". É realmente cruel a nossa realidade. Convido-o a visitar o meu recantinho, e a ler minha poesia "Senhor Tempo", e se não lhe for incomodo ver os outros textos. Obrigada! Parabéns, sua poesia me fez enxergar-me e ao mundo de uma forma diferenciada. Abraços!

Comentário de Giselda Dantas em 16 janeiro 2013 às 17:32
BELÍSSIMO AMADO POETA.. ABRAÇOS GIL

Comentário de mileidi consalter quarta-feira
BRAVOOOOOOOOOOOOO!!!!!BELISSIMO POEMA!!!!!
-
Comentário de Giselda Dantas quarta-feira
BETO ACIOLE BELA REFLEXÃO PARABÉNS
Comentário de Paulo Cesar Ribeiro(popou) em 15 agosto 2012 às 12:59
Belíssima sacada Poeta, Parabens,gostei do texto!!! abçs e bt.
-
Comentário de SELDA KALIL em 15 agosto 2012 às 12:01 - Excluir comentário