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segunda-feira, 19 de março de 2012

Donjuanismo


Germinando


Germinando



Tentei escrever um livro mas não consegui
Nas primeiras páginas já pude perceber que a história não teria um meio.
Só existia o começo e o fim...
Decidi rasgar as páginas escritas e rabiscadas
(Foi ruim... 
...Mas bem melhor pra mim )
Pelo menos a história acabou, teve um fim.
As páginas rasgadas jamais serão editadas
Talvez nem mesmo serão lembradas
Mas não desperdicei as páginas que ficaram em branco
Escreverei uma nova história com começo, meio e fim.
Enfim, descobri que a minha história só começaria assim

segunda-feira, 12 de março de 2012

Meu Bom Amparo



Meu Bom Amparo

Saudades, meu bom Amparo!
Meu berço e meu celeiro
Minha primeira morada
És o meu amor primeiro
Princípio da minha história
Moras na minha memória
Há quarenta e seis janeiros

Quanto mais velho, mais belo
Teus quintais são um encanto
Tens teu coração num Largo
E teus pés nos Quatro Cantos
Tua igreja é um santuário
Teu casario, um relicário.
Beleza que causa espanto

Voltarei pra ti um dia
Não serei desamparado
Quero de novo a alegria
E de volta o meu legado
Regressarei aos teus braços
Farei de ti meu regaço
E morrerei confortado

sábado, 10 de março de 2012

Descaminho

Descaminho


Não pude seguir os teus passos
Pois os meus pés são descalços
Minha alma é desnuda e sem divisão
Meu corpo grita, talvez que sozinho
Má sorte a minha, só vi descaminho
Entres labirintos, só tive ilusão


Brumas diárias e noturnas
Só vivi agruras com insana paixão
Corri, despachei o meu medo
Fiz do tarde o cedo, me adiantei
Como as perversas palavras
Que surgem do nada e o nó se desfaz


Fica somente a agonia
E a vontade fria e ineficaz
Um céu desaba em segundos
Acaba-se um mundo inundado em tristeza
Mais que dureza e amargura
Só vi desventura e indelicadeza





 " Diria-te o que sinto em nenhuma palavras, numa folha em branco e sem discrição, apenas com um ponto final " (Beto Acioli)

sexta-feira, 9 de março de 2012

Desencontro

Desencontro




Com o brilho cego e cinzento no olhar
Fiquei muito triste e não pude evitar
Sem provocação, o mau jeito me repulsou.
Em ti conheci e amarguei o dissabor



De teimoso errei em querer sempre acertar
Perdi simplesmente quando quis te encontrar
Por fim nosso tempo sem tempo passou
Saudade e vontade foram o que sobrou



De hoje em diante não vou mais me lamentar
Não há nada mais o que possa se consetar
É pena que um sonho tão bom acabou



Curti o mais que pude, foi bom tudo enquanto durou.
Mais uma história inglória pra me recordar
Vivendo e querendo, de novo, pra sempre amar.

O Quintal da Minha Infância


O Quintal da Minha Infância



Recordo-me bem da casinha
Havia Dezoito degraus
Lembrava Machu Picchu
De tão lindo e original
E lá no alto, quartinho e latrina.
Caixa d'agua de esquina,
In situ abismal

Era um jardim imenso
Palpável, real e pleno.
Até a casinha era magistral
Não se tinha tamanha alegria
Do que explorar todo dia
A vida daquele quintal

Pitangueiras frondosas
Esbanjavam a beleza
Em cores majestosas
Ramas tão lustrosas
Ornavam a paisagem
Era a pura riqueza

Flores pequeninas
Brancas e solitárias
De alma imaculada
Exalavam a nobreza
Misturando sua essência
Ao perfume do mar

Coqueiros gigantes
Cocares elegantes
Dançantes ao vento
Tela em movimento
Feita por pintor
De enorme talento

Cheiro de mato e de terra
Cabanas na relva
Feitas pelo tempo
Belos monumentos
Pra se contemplar
Glorioso portento!

Verde em variados tons
Que matizava a paisagem
Mangarás em pêndulos se abrindo
Bananeiras abraçadas sorrindo
Acenavam sua linda flolhagem

Lembranças vivas e saudosas
Jamais deixarei de sentir
Pena que hoje não mais possa
Viver um paraíso que deixou de existir

Quando Morri

Quando Morri


No dia em que morri
Ninguém me visitou
Ninguém viu o que sofri
Tampouco o que restou

Ninguém me fez sorrir
Nem me levou uma flor
Queria me despedi
O tempo não esperou

Por quase desisti
O corpo não deixou
E eu tive que partir
Carente e sem amor

E agora estou aqui
Sem saber pr'onde vou
Perdido e infeliz

Não sei onde estou
Só sei que por um triz
Meu mundo acabou

Meu Lugar

Meu Lugar




Se vida é pequena, veloz e fugaz
eu vivo correndo e tentado embarcar;
Só durmo um sexto pra intenso viver;
Me esquivo do escuro pra não tropeçar;
O espaço de outrem não intento invadir
nem mesmo seu tempo pretendo ocupar;
Vivo para mim, sei qual é o meu lugar.

Pra travar disputa me sinto incapaz
se dois corpos ocupam um mesmo lugar...
Não quero ganhar nem penso em perder;
Meu siso é um aliado a me orientar;
Diviso e impreciso não mais vou ficar
nem os mesmos erros irei repetir
pra não me perder nem esquecer o meu lugar.

Ante a tua razão não serei pertinaz;
Desvio meu rumo pra não insultar;
Nem cedo espaço pra não me ofender;
Cedo, tarde ou nunca irei te reencontrar.
Concluo que a vida não pode parar...
Seguindo outra estrada hei de prosseguir
sem nunca esquecer onde é meu lugar.

Complementos Físicos


quinta-feira, 8 de março de 2012

Estanque


Contradição


À Mulher


À Mulher



A Mulher é a matriarca
De toda espécie humana
Todo homem tem sua marca
Na vida ela é soberana
Traduz a força e a beleza
Habilidade e a destreza
A luz, o amor e a esperança

Não há ser mais divinal
Que a mulher em sua essência
Criatura especial
Que Deus criou com excelência
Exprime a singeleza
Sabedoria e firmeza
Digna de reverência

Transforma a dor em amor
Carrega a luz no seu ventre
Em seu colo acolhedor
Traz vida em sua nascente
É privilégio e nobreza
Seu papel na natureza
Em germinar a semente

Mulher é a própria poesia
Seja ela de qualquer raça
Do homem ela é a guia
Sua Glória e sua graça
Merece todo respeito
Fim de todo preconceito
Da algema e da mordaça

O pobre homem infeliz
Que se sente superior
Que vive sem diretriz
E desconhece o valor
Merece viver sozinho
Sem ninho e sem o carinho
Daquela que o criou


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Oito de Março

Mulheres


Alice, Ana, Alba e Albanete
Bernardete, Betânia e Betina
Cristina, Catarina e Carolina
Dalvina, Damiana e Daniele
Eliane, Eunice e Eliete
Franciele, Francisca e Fernanda
Graciele, Giana e Gioconda
Hilda, Hebe, Hannah, Helena e Hellen
Iara, Iasmim, Iana e Irene
Jaciara, Janete e Joana
Keila, Karen, Katiana e Karina
Luíza, Lourdes, Larissa e Luana
Márcia, Maura, Maria e Mariana
Núbia, Neide, Nicéia e Nerina
Olga, Odete, Olívia e Olímpia
Perla, Paula, Palmira e Paulina
Quésia, Quele, Quintéria e Quirina
Renata, Rosa, Rita e Rossana
Severina, Simone e Suzana
Tânia, Tália, Tereza e Tarsila
Úrsula, Uiara e Uaiana
Vânia, Valda, Valéria e Valdirene
Walesca, Wilma, Whitney e Weine
Xuxa, Xênia, Ximena e Xerazade
Yolanda, Yeda, Yula e Yvone
Zilda, Zélia, Zuleide, e Zoraide



Mulheres afegãs vivem à sombra das tradições tribais

 

Sete anos após a invasão dos EUA, supremacia dos homens continua intocada e papel feminino é marginal

 

 

Adriana Carranca - enviada especial de O Estado de S. Paulo
 
Foto: Adriana Carranca/ AE     CABUL - O Bazar Mandavi, maior centro comercial de Cabul, tem uma ala para fabricantes de burcas - uma centena deles. Penduradas lado a lado, no mesmo tom de azul, parecem todas iguais. Shahpoor Zaheri, de 41 anos, mostra diferenças no bordado e no tecido. Ele vende 42 burcas por dia. No oitavo ano sem o Taleban, a maioria das afegãs ainda se esconde sob o manto, símbolo da opressão feminina. Num Afeganistão rural e governado por códigos de conduta tribais, é a tradição e não a religião que faz do país o pior do mundo para se nascer mulher.    Veja também:   Veja mais fotos da viagem de repórter   Afeganistão se converte na guerra de Obama   'Que os EUA preparem os caixões para seus soldados'   Taleban impõe seu 'Emirado Islâmico afegão'   Ópio garante 30% do PIB do Afeganistão   Vício flagela refugiados em Cabul   Mulheres afegãs vivem à sombra das tradições tribais
Os cenários da guerra que Obama travará no Afeganistão  
Embora já possam trabalhar, sair sem burca ou um mahram (homem da família), regras dos taleban, a supremacia masculina permanece imutável na sociedade afegã. O pai é o chefe de família e, na ausência dele, o filho mais velho, mesmo criança. As mulheres da casa têm de obedecê-lo e é ele quem fica com a herança. As mulheres não podem ter propriedades em seu nome. Os meninos devem cuidar dos parentes até o fim da vida e, portanto, representam um investimento de longo prazo, enquanto as mulheres dão gastos. Os pais leiloam meninas e as entregam a quem der o lance mais alto - entre US$ 2 mil até US$ 15 mil. Elas são commodities trocadas em disputas tribais num ritual chamado "buth".
Esses são costumes das tribos pashtun, etnia predominante no Afeganistão. O pashtunwali, código de honra, não está escrito, mas é repetido entre gerações desde o período pré-islâmico. O clérigo Ahmad Malawi, do Conselho Ulema, diz que os tribais acreditam que as tradições são islâmicas. "Eles olham para a modernidade como algo contra a religião, mas isso é uma interpretação fraca do Islã."
Shukria Barakzai é um exemplo entre avanço e tradição. Deputada, ativista e editora da revista feminina Aina-E-Zan, ela vive em casa um casamento arranjado. O marido tem uma segunda esposa porque, depois de gerar três meninas, ela "foi incapaz de lhe dar um filho homem" e se recusou a engravidar de novo. Perdera gêmeos prematuros na guerra civil (1992-1996) porque o hospital não tinha eletricidade para a incubadora.
Uma afegã morre a cada 27 minutos por problemas relacionados à gravidez. Em 100 mil partos, 1,6 mil mulheres não vivem para ver seus bebês, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). É a segunda maior taxa de mortalidade materna no mundo, atrás de Serra Leoa. As afegãs casam-se jovens demais, aos 14 anos, e seu corpo não está preparado para a gravidez. Se chegam ao parto, 135 em cada mil perdem o bebê - 75% delas por falta de cuidados básicos. Os partos (81%) são feitos em casa. Cada afegã tem sete gestações e perde dois filhos, em média. Muitos bebês têm anomalias porque as mães são desnutridas, se medicam e se casam com parentes.
"Embora a situação seja agravada pela falta de médicos nas áreas rurais e dificuldade de acesso, a tradição é ainda o pior inimigo das afegãs", diz o médico pashtun Arif Oryakhail, formado pela Universidade de Cabul, com PhD na Itália. Arif deixou o Afeganistão em 1983 e, ao voltar, em 2006, a mortalidade materna e infantil recuara pouco ou nada, embora o país vivesse uma democracia e tivesse mais recursos. "Nada mudou para as mulheres", diz.
  Mortes maternas
No Esteqlal, maior hospital público de Cabul, a maioria dos 45 partos diários ocorre à noite. Por que? "Porque as afegãs não saem sem um homem da família. Elas esperam que cheguem do trabalho para trazê-las à maternidade", diz. "Aí já é tarde." Entre as mortes maternas, 38% são por hemorragia e 26% por obstrução do útero e infecções.
Sharifa, de 20 anos, perdeu tanto sangue que desmaiou antes que duas vizinhas decidissem levá-la ao hospital. A médica Nader Akbary tratou Sharifa sem autorização e doou o próprio sangue para a paciente, que sobreviveu, embora tenha perdido o bebê. "Esses homens preferem enterrar a mulher a trazê-la ao hospital", diz Nader.
O primeiro centro para mulheres queimadas de Cabul fica no Esteklal. De 522 pacientes atendidas em 2008, 30% haviam tentado suicídio por autoimolação, outra tradição perversa. Lailoma, de 16 anos, casada há três, chegou com 60% do corpo queimado. "Elas só querem morrer. Um dia, jogam diesel no corpo e acendem um fósforo. Só consigo salvar 3%", diz Arif.
A médica Massuda Jalal, acredita que o Alcorão pode ajudar as afegãs a vencer o tradicionalismo, "pois permite que homens e mulheres estudem". Ainda assim, 86% das afegãs são analfabetas. Entre os 237 alunos da escola pública Saward Hayte Mawand, no centro, só 54 são meninas. A escola feminina Gozargah tem 4.280 alunas, mas espaço para 10% delas. As demais estudam em tendas no pátio. Para a diretora Mahbooba Khaja Zada, de 30 anos, é um avanço. No regime Taleban, ela educou 180 meninas na sala de casa. "Três ou quatro vezes, eles vieram armados. Mas nós escondíamos os livros sob a mesa e colocávamos o Alcorão."
Apesar de ser filha de um religioso, Fatima Gailani, presidente da Sociedade Crescente Vermelho, é divorciada e casada pela segunda vez com um ministro. Ela fez parte da Loya Jirga, assembleia de líderes tribais consultada para a nova Constituição. "Eu dizia: vocês têm de escolher entre o Alcorão e a tradição, não podem ter ambos. Minha mãe era moderna e usava a burca porque é tradição. Mas, não deve ser obrigação." Shahpoor Zaheri, o vendedor de burcas, diz que na era Taleban vendia 30% mais. Ainda assim, quer os radicais longe. Desde que suas duas mulheres, de 27 e 31 anos, com quem tem 15 filhos, continuem sob a burca.
Candidatas em risco
Fawzia Koofi, Massuda e Shukria são pré-candidatas à eleição presidencial de 20 de agosto. Elas já sofreram atentados e têm guarda-costas. Embora tenham conquistado um lugar na política, com 25% do Parlamento garantido pela Constituição, elas têm um longo caminho. Entre os 57 ministros de Karzai, há uma mulher - a ministra de Relações com as Mulheres. Elas são 9% dos servidores públicos, embora a lei assegure 30%. O Judiciário ainda é reduto dos homens. E 80% dos assuntos referentes às mulheres são decididos em shuras locais - tribunais conduzidos por mulás. Componentes.montarAbaComentarios( editoria, subeditoria, idPagina, GUIDPagina, "sbcontentEstadaoHoje", document.getElementById("linkAbaComentarios") ); 

Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,mulheres-afegas-vivem-a-sombra-das-tradicoes-tribais,326015,0.htm

 

A Cara da Dor

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