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terça-feira, 30 de outubro de 2012

Repete-me





Repete-me



Quanto mundo ainda temos?

Quantas horas ainda me restam

pra ter teu corpo sorrindo

comigo, de novo, em festa?


Tantos cantos ainda vejo

Quanta saudade me testa

Desconheço qualquer santo

que cure a dor que me infesta


A dor não me causa espanto

Mas minha vida molesta

Mói-me e a corrói, portanto.


Estar contigo é um encanto

Faz-me viver de alma aberta

Contigo, feliz me encontro.












Cartão Postal
(Luar de Olinda)



Assisto na tarde desmaiar o sol
tingindo com as cores do fogo o arrebol,
e a noite surgir
com a lua emergindo do mar, 
tão cheia de luz,
banhando de prata suas águas azuis,
pintando um tão belo postal
deixando Olinda ainda mais linda
Divina obra-prima do Pai Celestial.






Amar é razão



Se insistes numa paixão por quem te ignora
é sinal que deixaste de amar...
Cai fora!
Se queres saber o que o amor tem pra dar
ama-te primeiro e assim saberás.
Sendo assim verás que a paixão é uma simples emoção
e que o amor é acima de tudo a mais pura razão.

Varal do Brasil - Volume 18





segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Meu amô num qué qu'eu vá



Esta é a história de um casal de escravos...
Ele querendo sair, à noite, escondido, para jogar capoeira com outros escravos enquanto a Negra, ardente  em chamas, querendo o aconchego dele, faz chantagem para que ele fique e se entregue aos seus caprichos...
...Mas, ele vai...
É assim:



Meu amô
num qué qu'eu vá
Meu amô
num qué qu'eu vá
pá roda de capueira
e chamá meu camará

Eu disse qui vô
Mundiça num sô
Ela disse, mô:
— Eu disse num vá

Pruquê se cê fô
num tem mais amô
conto pá Ioiô
conto pá Iaiá

Já disse qui vô
cum medo num tô
nem de Ioiô
nem de Iaiá

Eu vô, eu vô...
Eu vô pá Olinda
Si oiço qui cê diz
madrugada finda
e num chego lá

Coqueiro balança
na beira do Má
na areia dança
na puêira fina
capueira ginga
joga camará

Eu vô, eu vô...
Eu vô pá Olinda
jogá na Ribeira
saudá Leopodina
Bimba e Lua

A Cara da Dor

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