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quinta-feira, 8 de março de 2012

À Mulher


À Mulher



A Mulher é a matriarca
De toda espécie humana
Todo homem tem sua marca
Na vida ela é soberana
Traduz a força e a beleza
Habilidade e a destreza
A luz, o amor e a esperança

Não há ser mais divinal
Que a mulher em sua essência
Criatura especial
Que Deus criou com excelência
Exprime a singeleza
Sabedoria e firmeza
Digna de reverência

Transforma a dor em amor
Carrega a luz no seu ventre
Em seu colo acolhedor
Traz vida em sua nascente
É privilégio e nobreza
Seu papel na natureza
Em germinar a semente

Mulher é a própria poesia
Seja ela de qualquer raça
Do homem ela é a guia
Sua Glória e sua graça
Merece todo respeito
Fim de todo preconceito
Da algema e da mordaça

O pobre homem infeliz
Que se sente superior
Que vive sem diretriz
E desconhece o valor
Merece viver sozinho
Sem ninho e sem o carinho
Daquela que o criou


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Oito de Março

Mulheres


Alice, Ana, Alba e Albanete
Bernardete, Betânia e Betina
Cristina, Catarina e Carolina
Dalvina, Damiana e Daniele
Eliane, Eunice e Eliete
Franciele, Francisca e Fernanda
Graciele, Giana e Gioconda
Hilda, Hebe, Hannah, Helena e Hellen
Iara, Iasmim, Iana e Irene
Jaciara, Janete e Joana
Keila, Karen, Katiana e Karina
Luíza, Lourdes, Larissa e Luana
Márcia, Maura, Maria e Mariana
Núbia, Neide, Nicéia e Nerina
Olga, Odete, Olívia e Olímpia
Perla, Paula, Palmira e Paulina
Quésia, Quele, Quintéria e Quirina
Renata, Rosa, Rita e Rossana
Severina, Simone e Suzana
Tânia, Tália, Tereza e Tarsila
Úrsula, Uiara e Uaiana
Vânia, Valda, Valéria e Valdirene
Walesca, Wilma, Whitney e Weine
Xuxa, Xênia, Ximena e Xerazade
Yolanda, Yeda, Yula e Yvone
Zilda, Zélia, Zuleide, e Zoraide



Mulheres afegãs vivem à sombra das tradições tribais

 

Sete anos após a invasão dos EUA, supremacia dos homens continua intocada e papel feminino é marginal

 

 

Adriana Carranca - enviada especial de O Estado de S. Paulo
 
Foto: Adriana Carranca/ AE     CABUL - O Bazar Mandavi, maior centro comercial de Cabul, tem uma ala para fabricantes de burcas - uma centena deles. Penduradas lado a lado, no mesmo tom de azul, parecem todas iguais. Shahpoor Zaheri, de 41 anos, mostra diferenças no bordado e no tecido. Ele vende 42 burcas por dia. No oitavo ano sem o Taleban, a maioria das afegãs ainda se esconde sob o manto, símbolo da opressão feminina. Num Afeganistão rural e governado por códigos de conduta tribais, é a tradição e não a religião que faz do país o pior do mundo para se nascer mulher.    Veja também:   Veja mais fotos da viagem de repórter   Afeganistão se converte na guerra de Obama   'Que os EUA preparem os caixões para seus soldados'   Taleban impõe seu 'Emirado Islâmico afegão'   Ópio garante 30% do PIB do Afeganistão   Vício flagela refugiados em Cabul   Mulheres afegãs vivem à sombra das tradições tribais
Os cenários da guerra que Obama travará no Afeganistão  
Embora já possam trabalhar, sair sem burca ou um mahram (homem da família), regras dos taleban, a supremacia masculina permanece imutável na sociedade afegã. O pai é o chefe de família e, na ausência dele, o filho mais velho, mesmo criança. As mulheres da casa têm de obedecê-lo e é ele quem fica com a herança. As mulheres não podem ter propriedades em seu nome. Os meninos devem cuidar dos parentes até o fim da vida e, portanto, representam um investimento de longo prazo, enquanto as mulheres dão gastos. Os pais leiloam meninas e as entregam a quem der o lance mais alto - entre US$ 2 mil até US$ 15 mil. Elas são commodities trocadas em disputas tribais num ritual chamado "buth".
Esses são costumes das tribos pashtun, etnia predominante no Afeganistão. O pashtunwali, código de honra, não está escrito, mas é repetido entre gerações desde o período pré-islâmico. O clérigo Ahmad Malawi, do Conselho Ulema, diz que os tribais acreditam que as tradições são islâmicas. "Eles olham para a modernidade como algo contra a religião, mas isso é uma interpretação fraca do Islã."
Shukria Barakzai é um exemplo entre avanço e tradição. Deputada, ativista e editora da revista feminina Aina-E-Zan, ela vive em casa um casamento arranjado. O marido tem uma segunda esposa porque, depois de gerar três meninas, ela "foi incapaz de lhe dar um filho homem" e se recusou a engravidar de novo. Perdera gêmeos prematuros na guerra civil (1992-1996) porque o hospital não tinha eletricidade para a incubadora.
Uma afegã morre a cada 27 minutos por problemas relacionados à gravidez. Em 100 mil partos, 1,6 mil mulheres não vivem para ver seus bebês, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). É a segunda maior taxa de mortalidade materna no mundo, atrás de Serra Leoa. As afegãs casam-se jovens demais, aos 14 anos, e seu corpo não está preparado para a gravidez. Se chegam ao parto, 135 em cada mil perdem o bebê - 75% delas por falta de cuidados básicos. Os partos (81%) são feitos em casa. Cada afegã tem sete gestações e perde dois filhos, em média. Muitos bebês têm anomalias porque as mães são desnutridas, se medicam e se casam com parentes.
"Embora a situação seja agravada pela falta de médicos nas áreas rurais e dificuldade de acesso, a tradição é ainda o pior inimigo das afegãs", diz o médico pashtun Arif Oryakhail, formado pela Universidade de Cabul, com PhD na Itália. Arif deixou o Afeganistão em 1983 e, ao voltar, em 2006, a mortalidade materna e infantil recuara pouco ou nada, embora o país vivesse uma democracia e tivesse mais recursos. "Nada mudou para as mulheres", diz.
  Mortes maternas
No Esteqlal, maior hospital público de Cabul, a maioria dos 45 partos diários ocorre à noite. Por que? "Porque as afegãs não saem sem um homem da família. Elas esperam que cheguem do trabalho para trazê-las à maternidade", diz. "Aí já é tarde." Entre as mortes maternas, 38% são por hemorragia e 26% por obstrução do útero e infecções.
Sharifa, de 20 anos, perdeu tanto sangue que desmaiou antes que duas vizinhas decidissem levá-la ao hospital. A médica Nader Akbary tratou Sharifa sem autorização e doou o próprio sangue para a paciente, que sobreviveu, embora tenha perdido o bebê. "Esses homens preferem enterrar a mulher a trazê-la ao hospital", diz Nader.
O primeiro centro para mulheres queimadas de Cabul fica no Esteklal. De 522 pacientes atendidas em 2008, 30% haviam tentado suicídio por autoimolação, outra tradição perversa. Lailoma, de 16 anos, casada há três, chegou com 60% do corpo queimado. "Elas só querem morrer. Um dia, jogam diesel no corpo e acendem um fósforo. Só consigo salvar 3%", diz Arif.
A médica Massuda Jalal, acredita que o Alcorão pode ajudar as afegãs a vencer o tradicionalismo, "pois permite que homens e mulheres estudem". Ainda assim, 86% das afegãs são analfabetas. Entre os 237 alunos da escola pública Saward Hayte Mawand, no centro, só 54 são meninas. A escola feminina Gozargah tem 4.280 alunas, mas espaço para 10% delas. As demais estudam em tendas no pátio. Para a diretora Mahbooba Khaja Zada, de 30 anos, é um avanço. No regime Taleban, ela educou 180 meninas na sala de casa. "Três ou quatro vezes, eles vieram armados. Mas nós escondíamos os livros sob a mesa e colocávamos o Alcorão."
Apesar de ser filha de um religioso, Fatima Gailani, presidente da Sociedade Crescente Vermelho, é divorciada e casada pela segunda vez com um ministro. Ela fez parte da Loya Jirga, assembleia de líderes tribais consultada para a nova Constituição. "Eu dizia: vocês têm de escolher entre o Alcorão e a tradição, não podem ter ambos. Minha mãe era moderna e usava a burca porque é tradição. Mas, não deve ser obrigação." Shahpoor Zaheri, o vendedor de burcas, diz que na era Taleban vendia 30% mais. Ainda assim, quer os radicais longe. Desde que suas duas mulheres, de 27 e 31 anos, com quem tem 15 filhos, continuem sob a burca.
Candidatas em risco
Fawzia Koofi, Massuda e Shukria são pré-candidatas à eleição presidencial de 20 de agosto. Elas já sofreram atentados e têm guarda-costas. Embora tenham conquistado um lugar na política, com 25% do Parlamento garantido pela Constituição, elas têm um longo caminho. Entre os 57 ministros de Karzai, há uma mulher - a ministra de Relações com as Mulheres. Elas são 9% dos servidores públicos, embora a lei assegure 30%. O Judiciário ainda é reduto dos homens. E 80% dos assuntos referentes às mulheres são decididos em shuras locais - tribunais conduzidos por mulás. Componentes.montarAbaComentarios( editoria, subeditoria, idPagina, GUIDPagina, "sbcontentEstadaoHoje", document.getElementById("linkAbaComentarios") ); 

Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,mulheres-afegas-vivem-a-sombra-das-tradicoes-tribais,326015,0.htm

 

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