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segunda-feira, 9 de julho de 2012

Folhas em Branco ( Beco dos Poetas)


Soneto da Paixão
Soneto da Paixão

Fascinado em noites primaveris
Bacuraus em cantatas madrigal
Sob rasgos de lua em céu de anil
Rutila os pirilampos no quintal

Zéfiro oscilando tão sutil
Teus cabelos em meio ao roseiral
Num vestido venusto um corpo esguio
Olhos de gema jaspe sem igual

Evidência entre as flores dos jardins
Perfeição de formas descomunal
Faz de mim um homem tão mais viril

No universo por todos seus confins
Não existe alguém mais especial
Do que tu que és minha paixão febril

Beto Acioli
09/07/2012


 
Viva Morte


Te amo, ó morte, por seres incorruptível
Enquanto te odeio por seres imprevisível
Para alguns vens tão mansa, imperceptível
Para outros vens brusca, de forma terrível
Mas vens para todos, livrar-se é impossível
Vencerás a todos, pois és imbatível
O teu fundamento é incompreensível
Mistério profundo, não inacessível

Eu te admiro por seres impassível
Porém te rejeito enquanto possível
Também de respeito, pois és invencível
Não venhas tão cedo, sejas compreensível
Mas quando vieres, me faça insensível
Não deixes que eu sofra, seja flexível
Remeta-me a glória que eu for compatível
Não deixe que eu pene no mundo invisível

Beto Acioli
21/01/2012




 

 

Destroços da Alma


Meu coração é só escombros
Âmago destroçado pela nostalgia
Alegrias em flash como relâmpagos
Flecha no peito, melancolia

A travessia eu não encontro
Fico prostrado num vão passado
Monotonia e desencontros
Trafegam agora de braços dados

Com sentimentos agargalados
Presente frio é só desencanto
Pranto constante, cão desolado

Felicidade não enxergo tanto
Fico escavando o que foi passado
Chegando ao fim infeliz portanto
Beto Acioli
08/02/2012





 

Eu objeto

Pelo espelho posso ver meu subjetivo
Sensitivo percebo o Eu objeto
Decerto amiúde eu esteja sempre perto
Excreto lixo, alivio o fardo excessivo

Me fixo, como objeto, não prospero
Absolvo-me, desfaço meu crucifixo
Exploro e desbravo todos os abismos
Sem medo ou qualquer disfarce esmero

Contudo permaneço falho e imperfeito
O Eu objeto tornou-se mais estreito
Além do espelho agora me enxergo

Melhoro em tudo, retiro proveito
Agora meu Eu é um retiro perfeito
Morando em mim mesmo agora sossego

Beto Acioli
04/02/2012

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Cinzas


Tudo é cinza, tudo é carbono
O sangue, a carne, os excrementos
O diamante, o carvão ou o pó cinzento
Somos carbono enquanto vivemos
Carbono viramos quando perecemos
Nada é igual mas tudo é carbono
Tudo é mutável mas tudo é carbono
Tudo é igual, pois tudo é carbono
Tudo e todos somos iguais
Somos feitos da mesma matéria
Assim não me cabe nenhum sonho
Somos todos pó, somos todos cinzas
Não é um engano
Carbono é papel, carbono copia
O carbono cria qualquer ser humano
Animal, vegetal, mineral
Tudo que existe, tudo que se morre,  tudo que se vive
Que se decompõe ou que muda de plano
É  a cadeia do carbono

Beto Acioli
22/02/2012












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